Noções sobre a vinha e o vinho em Portugal

de Ceferino Carrera


DOC Porto


Região Duriense: (...) O traço mais forte do Norte de Portugal foi desenhado, de lado a lado, e chama-se Douro. Nele, quando o admiramos de baixo para cima, vemos que a Natureza o desenhou, empregando um pincel semelhante ao de Miguel Ângelo. Nele a Natureza "foi robusta, solene e profunda" (...)

Alexandre Herculano

Situação Geográfica

Situada no Nordeste de Portugal, na bacia hidrográfica do Douro, para além das serras do Marão e Montemuro, desde Barqueiros a jusante, até Mazouco a montante do mesmo rio. Encontra-se entre os paralelos 40º 30 N. e 41º 46 S. e entre os meridianos 6º 42 W. e 7º 54 W. Greenwich. A região de contornos muito irregulares, abrange cerca de 250.000 ha., distribuídos pelos distritos Vila Real, Bragança, Guarda e Viseu, encontrando-se actualmente uma área de cerca de 40.000 ha ocupados por vinhedos. A região Duriense está dividida em três sub-regiões que diferem entre si não apenas no clima como também em factores socio-económicos.

Antigamente, a cultura da vinha ocorria praticamente no Alto Douro, de tal modo que alguns autores quando pretendiam apenas referir-se à zona vinhateira (que é hoje o Baixo e o Corgo ) assumiam a designação genérica de "Alto Douro". O Alto Douro e o Douro Superior estavam separados originalmente na zona do Cachão da Valeira. Esta divisão era resultado dum acidente geológico (um monólito de granito existente no rio que não permitia a navegação no Rio Douro para montante desse obstáculo). No reinado de D. Maria I, existia uma grande diferença entre as duas zonas; a cultura da vinha no Alto Douro era muito mais desenvolvida do que no Douro Superior, entretanto o bloco de granito foi retirado, a enorme muralha rochosa impedia a navegação no rio Douro, de São João da Pesqueira para leste. Durou 13 duros anos o trabalho para romper essa milenária muralha, o Cachão da Valeira. Das consultas a população de 11 de Dezembro de 1778 e de 16 de Março, resultaram os Avisos régios de 25 de Fevereiro e 23 de Março de 1779, que permitiram a cobrança de 40 réis por cada pipa de vinho, aguardente ou outro qualquer líquido que fosse transportado pelo rio Douro até à cidade do Porto, revertendo esta contribuição para as obras do mesmo rio.

A Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro , podia agora efectuar as obras no rio e, para dirigir as mesmas nomeou o Padre António Manuel Camelo, natural da Pesqueira. Este Padre foi coadjuvado neste trabalho pelo Eng. Hidráulico do Reino da Sardenha, José Maria Yola.

O famoso rochedo existente debaixo das águas do rio Douro foi destruído com 4300 kg de pólvora e, em 1789, sobre o rio o primeiro barco, transportando diversos convidados entre eles, um Deputado da Junta da Companhia – Estava assim iniciado o processo de navegação do Douro, permitindo desta forma a propagação da cultura da vinha para Leste, no entanto, no Douro Superior este tipo de cultura continuou com menor expressão quando comparada com a do Alto Douro.

Em 1936, com a reforma administrativa, a região do Alto Douro foi subdividida em Baixo Corgo e Alto Corgo, tendo também como objectivo distinguir os vinhos produzidos numa e na outra sub-região. Com o Decreto-Lei Nº 254/98 de 11 de Agosto, confirma a divisão da região do Douro em três sub-regiões e define com mais clareza a divisão do Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior. O Baixo Corgo abarca toda a zona que vai desde Barqueiros (margem Norte) e Barrô (margem Sul), até à junção dos rios Corgo e Ribeiro de Temilobos com o Douro próximo de Armamar e perto da Régua, que é a capital da região. Esta sub-região embora em área global seja a mais pequena, é a que possui a maior área de vinha da região em relação com a sua área total, (45.000 ha e 14.831 ha de vinha plantada, equivalente a 32,957 %).

Baixo Corgo: No distrito de Vila Real abrange os concelhos de Mesão Frio, de Peso da Régua e de Santa Marta de Penaguião; as freguesias de Abaças, Ermida, Folhadela, Guiães, Mateus, Nogueira, Nossa Senhora da Conceição (parte), Parada de Cunhos, São Dinis e São Pedro, do concelho de Vila Real; no distrito; no distrito de Viseu as freguesias de Aldeias, Armamar, Folgosa, Fontelo, Santo Adrião, Vacalar e Vila Seca, do concelho de Armamar; as freguesias de Cambres, Ferreiros de Avões, Figueira, Parada do Bispo, Penajóia, Samodães, Sande, Santa Maria de Almacave, Sé e Valdigem e as Quintas de Foutoura, do Prado e das Várzeas, na freguesia de Várzea de Abrunhais, do concelho de Lamego; a freguesia de Barrô, do concelho de Resende.

Em relação ao Cima Corgo, esta estende-se para montante até ao Cachão da Valeira, envolvendo a pequena cidade do Pinhão, considerada o coração da região, acolhendo as melhores e mais célebres propriedades; uma vez que reúne as condições para a produção de uvas da melhor qualidade. A área cultivada de vinha tem menos expressão (área total 95.000 ha, área ocupada de vinha 17.937 ha, equivalente a 18,881%) que a do Baixo Corgo.

Cima Corgo: No distrito de Vila Real abrange as freguesias de Alijó, Amieiro, Carlão, Casal de Loivos, Castedo, Cotas, Favaios, Pegarinhos, Pinhão, Sanfins do Douro, Santa Eugénia, São Mamede de Riba Tua, Vale de Mendiz, Vilar de Maçada e Vilarinho de Cotas, do concelho de Alijó; as freguesias de Candedo, Murça e Noura, do concelho de Murça; as freguesias de Celeirós, Covas do Douro, Gouvães do Douro, Gouvinhas, Paços, Paradela de Guiães, Provesende, Sabrosa, São Cristóvão do Douro, São Martinho de Anta, Souto Maior, Vilarinho de São Romão, do concelho de Sabrosa; no distrito de Viseu as freguesias de Casais do Douro, Castanheiro do Sul, Espinhosa, Ervedosa do Douro, Nagozelo do Douro, Paredes da Beira, São João da Pesqueira, Sarzedinho, Soutelo do Douro, Trevões, Vale de Figueira, Valongo dos Azeites, Várzea de Trevões e Vilarouco, do concelho de São João da Pesqueira; as freguesias de Adorigo, Barcos, Desejosa, Granjinha, Pereiro, Santa Leocádia, Sendim, Tabuaço, Távora e Valença do Douro, do concelho de Tabuaço; no distrito de Bragança as freguesias de Beira Grande, Castanheiro do Norte, Carrazeda de Ansiães, Lavandeira, Linhares, Parambos, Pereiros, Pinhal do Norte, Pombal, Ribalonga, Seixo dé Ansiães e Vilarinho de Castanheira, do concelho de Carrazeda de Ansiães.

O Douro Superior "Douro Internacional": É a sub-região entre o Cachão da Valeira e Barca de Alva, que faz fronteira com Espanha. Trata-se da maior e mais oriental das três sub-regiões. Com uma superfície de quase três vezes superior ao Baixo Corgo com um total 110.000 ha e, possuindo 7.723 ha de vinha, equivalente a um total 7,021% de vinha, isto é devido ao isolamento a que o Douro Superior esteve votado, em virtude da dificuldade de acesso, visto que só em 1793 foi aberta a garganta em Valeira. Todavia, é considerada uma zona com muito potencial, não só devido à alta qualidade das uvas aí produzidas e a acessibilidade da mecanização da zona.

Douro Superior: No distrito de Bragança abrange a freguesia de Vilarelhos, do concelho de Alfândega da Fé; as freguesias de Freixo de Espada à Cinta, Ligares, Mazouco, Poiares, do concelho de Freixo de Espada à Cinta; as propriedades que foram de D. Maria Algélica de Sousa Pinto Barroso, na freguesia de Frechas, e as da Sociedade Clemente Meneres, nas freguesias de Avantos, Carvalhais, Frechas e Romeu, do concelho de Mirandela; as freguesias de Açoreira, Adeganha, Cabeça Boa, Horta, Lousa, Paredo dos Castelhanos, Torre de Moncorvo e Urros, do concelho de Torre de Moncorvo; as freguesias de Assares, Freixiel, Lodões, Roios, Sampaio, Santa Comba da Vilariça, Seixo de Manhoses, Vale Frechoso e Vilarinho das Azenhas, as Quintas da Peça e das Trigueiras e as propriedades de Vimieiro, situadas na freguesia de Vilas Boas, e Vila Flor, do concelho de Vila Flor; no distrito da Guarda a freguesia de Escalhão, do concelho de Figueira de Castelo Rodrigo; as freguesias de Fontelonga, Longroiva, Meda, Poço do Canto, do concelho de Meda; o concelho de Vila Nova de Foz Côa.

A região do Douro ocupa uma área total de 250.000 ha e a vinha ocupa um total de 40.491 ha, sendo de 16,196% a totalidade da área é ocupada efectivamente pela vinha e esta é trabalhada por aproximadamente 34.000 viticultores. Os pequenos produtores têm uma grande representação na produção de Vinho do Porto. Cerca de 2/3 trabalham áreas inferiores a 0,5 hectares a que corresponde uma produção anual que não excede os 28 hectolitros. As pequenas parcelas (85.000) estão presentes em toda a região.

O Douro Superior é a região onde reside a maior parte das grandes explorações. O Alto Douro possui condições geológicas e climáticas excelentes para a obtenção dum vinho divinal.

O relevo, apesar de ser acidentado, é pouco elevado, o que permite a subida quase até ao cume das elevações. O solo permite uma muito boa exposição aos raios solares principalmente na margem Norte do rio Douro, devido ao seu grande declive. De xisto grauváquico (e portanto, friável "quebradiço" e permeável) faculta a penetração das raízes da planta à procura da água, de que tanto carece e lhe falta nos meses de maior exigência vegetativa, e de outras substâncias nutritivas. Cascalhento, enfim, os seus fragmentos funcionam, durante o dia, como espelhos, que reflectem sobre a videira e seus frutos o calor que recebem da terra. Além do mais, constituída pelos vales estreitos do rio Douro e dos seus afluentes, até à cota de 500 metros, na zona compreendida entre Barqueiros, a poente, e Barca de Alva, a nascente, essa pequena região, encaixada entre várias pequenas serras, fica ao abrigo tanto dos ventos húmidos e temperados do Atlântico como dos ventos secos e extremos do Continente. Como consequência, o seu clima, mediterrâneo, é muito seco e muito quente de Maio a Setembro, permitindo que as uvas ganhem uma grande percentagem de açúcar. Esta última particularidade é, segundo a geógrafa Maria João Roseira "a sua principal e inegável característica" (1973). Não admira pois, que, no momento em que os seus vinhos foram descobertos por gente apreciadora e com posses (como era o caso dos britânicos), começasse a ter uma procura regular e compensadora, a região alto-duriense que, até 1907, apenas chagava ao Cachão da Valeira, se tivesse tornado, a pouco e pouco, uma região predominantemente vinhateira.

Ainda que sem ferir a reconhecida unidade regional, gerada, como afirma Vergílio Taborda, pela "cultura dominante da vinha" e fenómeno a ela associada, por "o fabrico e o comércio do vinho do Porto" (1932) existe, no entanto, como sublinha Paula Lema, uma certa "variação interna": por um lado, de Barqueiros até à fronteira, a precipitação decresce e as amplitudes térmicas anuais aumentam, cedendo a vinha o lugar à oliveira e, mais para o interior, à amendoeira; por outro, a margem Norte sofre a influência dos ventos secos do Sul, ao passo que a margem Sul está exposta a menor insolação e aos ventos mais frios e húmidos do Norte (1980).

A Região Demarcada do Douro tem os seus limites actuais definidos por lei de 1921. Esse diploma foi marginalmente alterado diversas vezes, no seguimento de mudanças administrativas pontuais, nomeadamente a criação de novas freguesias dentro do perímetro demarcado. Pelo que foi descrito, fazem parte da região os distritos de Bragança, Guarda, Vila Real e Viseu.

Região de rara beleza que se estende ao longo do rio Douro e seus afluentes, desde Barqueiros a Barca D' Alva. Esta bela região vitícola também designada "país vinhateiro" foi a primeira Região Demarcada e Regulamentada do Mundo a ser criada em 1756, remontando à época Pombalina.

Transformar o Douro numa estrada de vinho foi tão duro como navegar oceanos. Disse-o um escritor, Jaime Cortesão, num texto onde canta a fama dessa ambrósia divina, descoberta por uns homens altos e loiros, que vieram do Norte e pelo mar, e a provaram, beberam e voltaram a beber. Foi então que propuseram ao rei (de Portugal) levar todo o vinho para a sua terra, dando-lhe em troca pano inglês e ajuda na guerra contra a Espanha.

O rio que outrora fora de "mau navegar", que só o Barco Rabelo ousava sulcar, é hoje em dia uma importante via de penetração no interior transmontano. A região do Douro, eminentemente vitícola, tem no seu vinho fino, também designado de generoso e mundialmente conhecido de Porto, o seu máximo expoente.

Como disse o grande escritor duriense Miguel Torga (...) "Produz a única riqueza de que somos senhores exclusivos: o Porto, que o mundo assim conhece e saboreia, e imita em todas as latitudes sem nunca igualar".

A história desta região e destas gentes confunde-se com a do próprio rio, pois este ao atravessá-la de nascente para poente influencia decisivamente o viver e pensar dos seus Homens. No Douro a bravura e a fogosidade do correr das águas do rio por entre barreiras e fragas, só é comparável ao esforço sobre-humano na modificação das arribas inóspitas em esplendorosas cadeias de patamares. Estes mais se assemelham a escadarias que conduzem aos deuses do Olimpo em recompensa por terem abençoado esta região com os elementos de clima e solo convenientes e, terem dado ao Homem o entendimento suficiente para saber produzir o "Ouro do Douro".

Fruto da natureza, o Alto Douro é também, e acima de tudo, obra do homem, que soube aproveitar as capacidades naturais da região, que modelou as suas declivosas vertentes em socalcos, modificando profundamente a sua aparência, e que, pela sua experiência, transmitida de geração em geração, aprendeu a melhor maneira de plantar, amanhar e tratar dos vinhedos. Reportando-se a esta maravilha do esforço humano.

Henrique de Barros escreveu em 1943:

"O Douro actual é, mais do que qualquer outra região portuguesa, obra exclusiva do homem, produto apenas do espírito criador da espécie" (1943). E Orlando Ribeiro em 1945: "Para que a vinha primeiramente, mas também para aquelas árvores (oliveiras e amendoeiras), se ergueu, na escadaria dos seus geios, uma das mais extraordinárias paisagens rurais construídas que se conhecem no mundo" ( 1987).

Henrique de Barros

(...) Da pedra se fez terra, do sol bravo o licor generoso, que tem um ressaibo de brasa e de framboesa. (...)

Aquilino Ribeiro

(...) Douro, rio e região, é certamente a realidade mais séria que temos. Nenhum outro caudal nosso corre em leito mais duro, encontra obstáculos mais encarniçados, peleja mais arduamente todo o caminho, nenhuma outra nesga de terra nossa possui mortórios, tão vastos, tão estéreis e tão malditos (...).

Miguel Torga

Castas Recomendadas

Tintas: Aragonez (Tinta Roriz), Bastardo, Castelão (Periquita), Cornifesto, Donzelinho Tinto, Malvasia Preta, Marufo, Rufete, Tinta Barroca, Tinta Franscisca, Tinto Cão, Touriga Franca (Francesa), Touriga Nacional e Trincadeira (Tinta Amarela).

Brancas: Arinto (Pedernã), Cercial, Donzelinho Branco, Folgasão, Gouveio, Malvasia Fina, Moscatel Galego Branco, Rabigato, Samarrinho, Semillon, Sercial (Esgana Cão), Síria (Roupeiro), Verdelho, Viosinho e Vital.

  Rendimento máximo (hl/ha) Título Alcoométrico Volúmico Mínimo
Tinto  55 19 a 22 Adq.
Branco  55 19 a 22 Adq.

Tipos de Vinho do Porto

Só o vinho produzido na Região Demarcada do Douro, respeitando normas de produção e Regionais - Vinho rigorosamente controladas, pode utilizar a denominação Vinho do Porto. Durante o seu processo de Regionais - Vinho, o vinho é submetido a provas de controlo de qualidade, quer analítica quer sensorial, efectuadas pelo laboratório e pela Câmara de Provadores do Instituto do Vinho do Porto. Apenas os vinhos que cumprem os exigentes critérios de qualidade estabelecidos têm o direito de usar o selo (só começou a ser usado a partir de 1941) de garantia emitido pelo Instituto do Vinho do Porto.

Vinhos do Porto branco

Como o nome indica, são vinhos elaborados exclusivamente a partir de uvas brancas. Na sua produção predominam as castas: Malvasia Fina, Donzelinho, Gouveio, Codega, e Rabigato.

Os Vinhos do Porto brancos apresentam uma doçura variável, desde os muito doces chamados Lágrima ( mais de 130 g/l.), passando pelos Doces (entre 90 e 130 g/l), Meio secos ( entre 60 e 90 g/l.), Seco (entre 40 e 65 g/l.) até aos Extra seco (menos de 40 g/l.). O seu teor alcoólico varia normalmente entre os 19% vol. e os 22% vol. Excepto o Branco leve seco que, além de ser bastante seco, apresenta uma graduação alcoólica de 16,5%.

Tecnologia

Tradicionalmente as uvas sofrem um esmagamento suave com desengace, seguindo-se uma maceração durante o período da fermentação alcoólica na qual se pretende obter a maior extracção possível dos constituintes das películas. Durante esta fase procede-se a um rigoroso controle de temperaturas de fermentação e de densidade de forma a escolher o momento ideal para a adição da aguardente necessária à paragem da fermentação, que depende da doçura pretendida (é o momento da paragem da fermentação que determina o seu teor em açúcar residual).

Regionais - Vinho

Após a vinificação o vinho permanece no Douro, sendo sujeito durante o Inverno à primeira trasfega na qual se procede aos acertos finais necessários.

É transportado para Vila Nova de Gaia durante a Primavera seguinte, entrando no esquema de Regionais - Vinho tradicional do Vinho do Porto, em cascos de carvalho com uma capacidade mais ou menos de 640 litros. Durante este período, os vinhos são sujeitos a numerosas trasfegas, análises e provas, que permitem acompanhar a sua evolução, e proceder com lotações que permitam atingir as características do Vinho do Porto que a casa comercial habituou os seus consumidores.

A execução do lote tem uma idade média de 3 anos e é sujeito às operações de acabamento ( colagens, correcções, etc.) que antecedem o engarrafamento, bem como da necessária estabilização pelo frio. Caso se trate de uma empresa que não possui armazéns em Vila Nova de Gaia, como é obvio, todas estas operações desenrolam-se nos armazéns da própria Quinta.

Não devemos esquecer, que até 1986 todo o Vinho do Porto tinha que ser comercializado a partir de Vila Nova de Gaia. A legislação que entrou em vigor em 26 de Junho desse ano abriu a possibilidade da comercialização a partir da região demarcada e, alguns viticultores passaram então a comercializar directamente a sua produção, valorizando, assim, o conceito de "produzido e engarrafado na origem".

Vinhos de Porto tinto

Na família dos Vinhos do Porto tintos existem dois grandes grupos: os vinhos sem data de colheita (RUBY,TAWNY, 10 ANOS, 20 ANOS, 30 ANOS, e MAIS de 40 ANOS) e os vinhos com data de colheita ( VINTAGE, L.B.V. e COLHEITA).

Na sua composição intervêm diversas variedades de uvas, destacando-se a TOURIGA NACIONAL, TINTA AMARELA, TINTA BARROCA, TINTA RORIZ, TOURIGA FRANCESA, e a TINTO CÃO.

Vinhos do Porto sem data de colheita

RUBY, TAWNY e RESERVA sem indicação de colheita.

Tecnologia

Após esmagamento suave com desengace parcial, segue-se uma maceração durante o período da fermentação alcoólica no qual se pretende obter a maior extracção possível dos constituintes das películas . Durante esta fase procede-se a um rigoroso controle de temperaturas de fermentação e de densidades de forma a escolher o momento ideal para a adição da aguardente vínica necessária à paragem da fermentação que depende do grau de doçura pretendida (doce, entre 90 e 120 g/l. para os três tipos de Vinho do porto que se está a tratar).

Envelhecimento

Após a vinificação o vinho permanece no Douro, sendo sujeito durante o Inverno à primeira trasfega na qual se procede aos acertos finais necessários.

É transportado para Vila Nova de Gaia (caso tratar-se de empresas que possuam instalações nesta cidade, caso contrário, ficarão nas caves das quintas dos viticultores no DOURO) durante a Primavera seguinte à vindima, entrando no esquema de envelhecimento tradicional do Vinho do Porto, em cascos de carvalho com capacidade aproximada de 640 litros. Durante este período, os vinhos são sujeitos a numerosas trasfegas, análises e provas, que permitem acompanhar o seu envelhecimento, e actuar com lotações, refrescos e correcções sempre que a prova o determinar no caso do (RUBY) o lote final é obtido com vinhos de idade próximas aos 3 ou 4 anos; O (TAWNY) próximo aos 3 ou 5 anos e os (RESERVA sem indicação de idade) entre 3 e 6 anos.

Engarrafamento

Tratando-se de vinhos com envelhecimento em cascos de madeira (oxidação), o seu engarrafamento é efectuado pouco tempo antes da expedição, sendo estabilizados pelo frio.

Sendo vinhos de lote, a sua originalidade reside, precisamente, na delicadeza das suas lotações. Não são vinhos simples; são uma obra de arte em cuja preparação chega a utilizar-se uma quinzena de vinhos de tipos e colheitas diferentes. O seu "Bouquet" e harmonia são adquiridos mediante uma oxidação controlada durante a permanência em madeira.

Nos primeiros anos, como já foi dito, os vinhos são submetidos a várias trasfegas, cuja intensidade e número variam consoante as técnicas e estilos utilizados pelas empresas, determinando-se assim a sua evolução posterior. Depois de engarrafado, o Vinho do Porto sem data de colheita está pronto para ser apreciado, uma vez que as suas características não se alteram significativamente durante a sua permanência em garrafa.

RUBY: É um vinho de lote, cuja cor vermelha faz lembrar as pedras preciosas com o mesmo nome. É um Vinho do Porto jovem, tinto, encorpado e frutado, obtido por lotação de vinhos de diversas colheitas.

Para este tipo de vinho pretende-se uma cor vermelha e densa; Para tal serão necessárias duas condições:

  • 1º Selecção de castas com mais cor, tais como a Touriga Francesa, Tinta Barroca, etc., etc. etc.
  • 2º O envelhecimento é feito em cubas de certa dimensão para que o vinho tenha pouco contacto com o ar, mantendo-se por esta forma a cor original da fruta, ou seja, o vermelho rubi.

TAWNY: Em inglês a palavra "tawny" significa alourado. O Tawny, como já foi anteriormente descrito, obtém-se a partir de lotações que envelhecem em cascos de carvalho. Devido à oxidação, a sua cor vai adquirindo, pouco a pouco, matizes alaranjadas, próximas do alourado. Com uma idade média entre 3 e 5 anos, são elegantes e delicados.

Esta cor deve-se fundamentalmente a dois factores:

  • 1º Escolha de vinhos provenientes de castas com cor mais aberta como a Tinto Roriz e Tinto Cão.
  • 2º O envelhecimento é feito em pipas de madeira do tipo Vinho do Porto, processo este que confere ao vinho um envelhecimento mais rápido em relação ao ruby, transmitindo-lhe uma cor menos densa.

RESERVAS: Trata-se de um Vinho do Porto, que a partida não é fácil descrever, porque depende muito de firma para firma. Se para alguns exportadores trata-se de um vinho com muito estágio e de proveniências das mais aristocráticas, já outros, fazem desta menção um simples Tawny.

VINTAGE CHARACTER: Resulta de lotações de Vinho do Porto jovens de qualidade superior, com uma média de idade entre os três e os quatro anos. Com uma estrutura complexa, caracteriza-se pelo seu corpo e frutado intenso.

VINHO DO PORTO VINTAGE: É Vinho do Porto de uma só colheita, produzido em ano de reconhecida qualidade, com características organolépticas excepcionais, retinto e encorpado, de aroma e paladar muito finos, e que seja reconhecido pelo I.V.P. com direito ao uso da designação VINTAGE e data correspondente, nos termos da respectiva regulamentação.

REGULAMENTAÇÃO

  • a) Para obter a aprovação da designação VINTAGE, deve ser entregue no I.V.P., entre 1 de Janeiro e 30 de Setembro do segundo ano a contar do ano da colheita, uma garrafa do vinho a apreciar.
  • b) As existências deste tipo de Vinho do Porto serão declaradas na altura do pedido da aprovação e mantidas em conta corrente.
  • c) O engarrafamento do vinho aprovado deve ser feito entre 1 de Julho do segundo ano e 30 de Junho do terceiro ano a contar do ano da respectiva colheita, utilizando de preferência a clássica garrafa de vidro muito escuro. Ao I.V.P. deverá ser comunicada a data do termo do engarrafamento e remetidas duas garrafas do mesmo vinho.
  • d) A sua comercialização será feita exclusivamente em garrafa, com Selo de Garantia e com aprovação prévia da respectiva "Toilette", nos termos gerais do regulamento do Selo de Garantia.
  • e) O rótulo principal deve indicar claramente a marca, o ano da colheita e a designação VINTAGE, independentemente de quaisquer outras indicações complementares que mereçam aprovação.
  • f) Ficando nesta Regulamentação devidamente acautelada a palavra VINTAGE, admitem-se as designações "TIPO VINTAGE", "VINTAGE STYLE" e "VINTAGE CHARACTER" ou traduções que mereçam aprovação, em rótulos ou documentos publicitários, mas com expressa proibição de as fazer acompanhar de qualquer data ou referência que possa originar confusão com o autêntico VINTAGE, e apenas para vinhos com qualidades organolépticas que as justifiquem.

É ao solo xistoso que o Porto deve a sua existência. Porque o xisto tem uma formação vertical, e as raízes da vinha, buscam a humidade a dez ou vinte metros no subsolo. Devido à falta dessa humidade, a produtividade é muito baixa, o que dá ao vinho uma grande concentração, como não se encontra em qualquer outra parte do planeta. É realmente significativo que nas melhores zonas da região, uma cepa dê apenas uma garrafa de Vinho do Porto, enquanto nas zonas mais férteis do baixo Douro obtêm-se duas a três garrafas.

Os melhores Vintages, que é o tipo de Vinho do Porto, com maior concentração e fruta, são os produzidos pelos velhos métodos de pisar a uva, sem esquecer que actualmente a maior parte das companhias privadas estão pesquisando novos processos, de forma a produzir um Vintage mais concentrado, usando modernos métodos mecânicos e quanto mais cedo isto for conseguido, maior controlo terá o vinicultor sobre o processo de transformação do fruto em Vinho.

Porque, utilizando o pé do homem na pisa da uva, obtêm-se um vinho melhor? Podem-se evocar duas razões:

  • 1º razão, o pisar da uva gera uma enorme extracção da cor da parte interior da película da uva, ainda sob a forma de mosto, pois uma vez começada a fermentação, resta pouco tempo para a extracção da cor, porque o vinho é beneficiado com aguardente em apenas 15 a 20 horas de fermentação.
  • 2º razão, é quando o calcanhar humano faz pressão contra o chão rugoso dos tanques de granito, assegura um elevado nível de extracção não apenas da cor, mas também de outros componentes e ácidos, tão necessários à longevidade do vinho.

Mas um vinho desta qualidade só é possível vir de um vinhedo do Alto Douro, que é plantado com as melhores castas; que goza de um mínimo de fertilizantes, e que não é irrigado; é elaborado com conhecimento e profissionalismo, trabalho árduo e dedicação.

MISTURA ( atestos com vinho da mesma colheita)

O Vinho do Porto Vintage novo é mantido em armazéns até à Primavera do ano seguinte, onde a cor ganhará estabilidade, depois de ter sofrido um ligeiro branqueamento, como resultado da edição da aguardente concentrada. Uma vez transferidos para as caves de envelhecimento, sejam elas no próprio Douro, sejam em V. N. de Gaia, estes Portos de potencial qualidade Vintage serão mantidos em grandes cubas de madeira, de forma a assegurar a retenção da cor e um mínimo de oxidação.

Nos dezoito meses seguintes, o enólogo seguirá muito de perto o desenvolvimento dos componentes dos vinhos e, sob circunstâncias normais, fará a última adição no fim do Inverno do segundo ano. Então, que qualidade procura o enólogo quando faz essa adição final? Procura vinhos com grande concentração da estrutura tânica, com uma forte, profunda e escura cor púrpura. Porque é esta estrutura de tanino que permitirá ao VINTAGE sobreviver e melhorar durante a sua longa vida em garrafa. Ao seleccionar vinhos tão raros, o Produtor estará necessariamente limitado à quantidade de vinho que pode misturar. E, se cair na tentação de alargar a extensão do seu lote, introduzindo vinhos que não são do mesmo calibre, a reputação da sua marca sofrerá a longo prazo.

DEFINIÇÃO

Depois de realizada a última mistura, só depois da Primavera do segundo ano é que a companhia, ou o vinicultor, declarará o vinho como um VINTAGE . Só o deverá fazer se estiverem absolutamente convencidos de que o vinho tem estrutura e cor suficiente que lhe permitam amadurecer bem em garrafa durante várias décadas.

  • - O "VINTAGE DE QUINTA". Nos anos em que não há "Vintage Declarado", pode ser decidido engarrafar um "Vintage de Quinta". Este é feito exclusivamente de uvas provenientes de uma Quinta, com uma situação privilegiada dentro da região, e com provas dadas quanto a sua alta qualidade. Aparecendo o nome da propriedade no rótulo.
  • - É expressamente vedado o uso da palavra VINTAGE acompanhado de data de colheita para quaisquer outros vinhos que não os referidos nesta secção e na seguinte, respeitante a LATE BOTTLED VINTAGE - L.B.V..

LATE BOTTLED VINTAGE ou L.B.V.: É VINHO DO PORTO de uma só colheita, produzido em ano de boa qualidade, com boas características organolépticas, tinto e encorpado, de aroma e paladar finos e que seja reconhecido pelo I.V.P. com direito ao uso da designação LATE BOTTLED VINTAGE, ou L.B.V., nos termos da respectiva regulamentação.

REGULAMENTAÇÃO

  • a) Para obter a aprovação da designação LATE BOTTLED VINTAGE ou L.B.V., deve ser entregue no I.V.P., entre 1 de Março e 30 de Setembro do quarto ano a contar do ano da colheita, uma garrafa do vinho a apreciar.
  • b) As existências deste tipo de Vinho do Porto serão declaradas na altura da sua aprovação e mantidas em conta-corrente.
  • c) O engarrafamento deve ser feito entre 1 de Julho do quarto ano e 31 de Dezembro do sexto ano a contar do ano da respectiva colheita.
  • d) A sua comercialização além de feita exclusivamente em garrafa, com Selo de Garantia, com aprovação prévia da respectiva "Toilette" só será permitida depois de o vinho perfazer sete anos de idade e a partir de 1 de Janeiro seguinte, e depende de nova aprovação do vinho, nas condições normais da apreciação para obter o Selo de Garantia, após essa data.
  • e) O rótulo principal deve indicar claramente a marca, o ano da colheita e o do engarrafamento, bem como a designação LATE BOTTLED VINTAGE OU L.B.V., a qual terá de figurar numa só linha e no mesmo tipo de impressão e cor.

Vinhos do Porto com data de colheita

DEFINIÇÃO

É Vinho do Porto de uma só colheita, de boa qualidade e que seja reconhecido pelo I.V.P. com direito ao uso da indicação da data correspondente, nos termos da respectiva regulamentação.

REGULAMENTAÇÃO

  • a) Para obter a aprovação de Vinho do Porto com indicação da data da colheita devem ser entregues no I.V.P., entre 1 de Julho e 31 de Dezembro do terceiro ano a contar da data da colheita, duas garrafas do vinho a apreciar.

    Único- Os vinhos adquiridos directamente à Lavoura ou à Casa do Douro, desde que este Organismo certifique a respectiva data, poderão ser, em qualquer altura, submetidos à apreciação do I.V.P., sem cuja aprovação não poderão ser comercializados.

  • b) As existências deste tipo de Vinho do Porto serão declaradas na altura da sua aprovação e mantida em conta - corrente.
  • c) A sua comercialização - além de feita exclusivamente em garrafa, com Selo de Garantia, com aprovação prévia da respectiva “toillette” - só será permitida depois de o vinho perfazer sete anos de idade e a partir de 1 de Janeiro seguinte, e depende da nova aprovação do vinho, nas condições normais da apreciação para Selo de Garantia, após essa data.
  • d) O rótulo principal de conter obrigatoriamente:

    • 1º - A INDICAÇÃO DA DATA: - PORTO... (data) - PORTO DE ou PORT OF... (data) - ... (data) PORT - ou equivalente, devidamente aprovada - sendo permitido o acrescentamento da indicação RESERVA - RESERVE - HOUSE RESERVE ou equivalente se merecer aprovação.
    • 2º A INDICAÇÃO DE TER SIDO O VINHO ENVELHECIDO EM CASCO:- ENVELHECIDO EM CASCO - MATURED IN WOOD - AGED IN CASK- VIEILLI EN FÛT ou equivalente.
  • e) Também deve constar obrigatoriamente, do rótulo ou do contra-rótulo: O ANO DA COLHEITA e ANO DE ENGARRAFAMENTO, que terá lugar, normalmente, na altura da comercialização.
  • f) Os vinhos com "Indicação de Colheita" antigos (GARRAFEIRA ou NOVIDADE), ou sejam os vinhos com data cujo engarrafamento seja efectuado após o estágio em casco durante sete anos (durante este período de tempo os atestos deverão ser efectuados com o vinho da mesma colheita) e o restante estágio em garrafa, serão objecto de nova apreciação pelo I.V.P., bem como a respectiva "Toilette" antes da sua comercialização.

Vinhos do Porto com indicação de idade

DEFINIÇÃO

É VINHO DO PORTO de muito boa qualidade que seja reconhecido pelo I.V.P. com direito ao uso da designação de idade, nos termos da respectiva regulamentação.

REGULAMENTAÇÃO

  • a) Para obter a aprovação de Vinho do Porto com indicação de idade devem ser entregues no I.V.P. duas garrafas do vinho a apreciar.

    Único - As indicações de idade permitidas são: 10 anos de idade, 20 anos de idade, 30 anos de idade e Mais de 40 anos de idade.

  • b) As existências deste tipo de Vinho do porto serão declaradas na altura do pedido da sua aprovação e mantidas em conta-corrente.
  • c) A sua comercialização será feita exclusivamente em garrafa, com Selo de Garantia e com aprovação prévia da respectiva "Toilette", nos termos gerais do regulamento do Selo de Garantia.
  • d) O rótulo principal deve conter obrigatoriamente:

    • 1º A INDICAÇÃO DA IDADE: - PORTO DE ... ANOS - PORTO ... ANS D’ÂGE- ... YEARS OLD PORT - PORTO AGÉ DE PLUS 40 ANS - OVER 40 YEARS OLD PORT ou qualquer outra equivalente ou sua tradução que mereça aprovação.
    • 2º A INDICAÇÃO DE TER SIDO O VINHO ENVELHECIDO EM CASCO - ENVELHECIDO EM CASCO - MATURED IN WOOD - AGED IN CASK - VIEILLI EN FÛT ou equivalente.
  • e) Também deve constar obrigatoriamente, do rótulo ou do contra-rótulo: - O ANO DO ENGARRAFAMENTO, que terá lugar, em princípio, na altura da comercialização.
  • f) Não são permitidas designações com referência genérica à idade, tais como: "muitos anos em casco", "de muita idade" e equivalente e, consequentemente, as suas reproduções nos rótulos.

CRUSTED PORT ou CRUSTING, É um Vinho do Porto de várias colheitas envelhecido durante 3 a 4 anos em cascos de carvalho sendo de seguida engarrafado e permanecendo na mesma durante 2 anos; apresenta crosta no interior da garrafa e trata-se de um Vinho do Porto de muita boa qualidade.

Outras menções tradicionais do vinho do Porto

Retinto - Cor intensa dos vinhos ainda novos de um vinho tinto ainda novo, muito encorpado, que ainda não sofreu qualquer evolução para tinto. É a cor que regularmente está estabelecida para o vinho do Porto Vintage no momento em que se inicia o processo de maturação em garrafa (dois anos). Nestes vinhos ainda não se verifica uma intensa insolubilização de matéria corante resultante da polimerização desordenada dos taninos e da condensação de antocianos com os taninos por formação de pontes aldeídicas.

Tinto Alourado - Cor que se obtém com Regionais - Vinho de um vinho outrora tinto, durante alguns anos, principalmente por processos oxidativos. O arejamento precoce praticado sobre os vinhos tintos é um factor favorável à evolução da matéria corante e à estabilidade da cor, principalmente à insolubilização da matéria corante. Assim, as variações cromáticas que decorrem ao longo do Regionais - Vinho conduzem, gradualmente, à diminuição da intensidade da cor dos vinhos novos, assumindo progressivamente tonalidades amarelas conjuntamente com a cor vermelha inicial do vinho.

Alourado - Cor que se obtém pela evolução natural da matéria corante de um vinho dantes tinto alourado, principalmente por processos oxidativos intensos durante 15, 20 ou mesmo 25 anos por Regionais - Vinho em casco. Assim, as variações cromáticas que decorrem ao longo do Regionais - Vinho conduzem, gradualmente, à diminuição da intensidade da cor dos vinhos tintos alourados, predominando tonalidades amarelas e quase se anulando a cor vermelha inicial do vinho.

Alourado Claro - Cor que se obtém pela evolução natural da matéria corante de um vinho antanho alourado, principalmente por processos oxidativos intensos na fase final do Regionais - Vinho em madeira, após 20 ou 25 anos de Regionais - Vinho. Assim, as variações cromáticas que decorrem ao longo do Regionais - Vinho conduzem a que a diminuição da intensidade da cor dos vinhos alourados atinja o seu valor mínimo, preponderando as tonalidades amarelas, sem que se observe já a cor vermelha inicial do vinho.

Branco Pálido - Cor do vinho do Porto obtido por maceração pouco intensa de uvas brancas, em que não se promovem os fenómenos de oxidação durante a sua conservação.

Branco Palha - Cor do vinho do Porto obtido por maceração por meia curtimenta de uvas brancas, manifestada em vinhos em que se operou uma oxidação moderada com vista ao afinamento das suas características organolépticas.

Branco Dourado - Cor que se atinge na última fase da evolução do vinho branco, onde se tornam evidentes os reflexos dourados, por sobreposição de tons acastanhados à cor primitiva do vinho.

Reserva ou Reserve - Vinho de elevada qualidade, obtido por lotação de vinhos de grau de maturação variável, conduzida através do Regionais - Vinho em recipientes de grande volume ou em casco ou tonéis de pequeno volume, em que se procura a manutenção de determinado estilo de comercialização e idade média do lote, apresentando características de complexidade de aroma e sabor, de corpo e de harmonia que o distinguem dos restantes vinhos.

Reserva Especial ou Special Reserve - Vinho de muito elevada qualidade, obtido por lotação de vinhos de grau de maturação variável, conduzida através do envelhecimento em recipientes de grande volume ou em cascos ou tonéis de pequeno volume, em que se procura a manutenção de determinado estilo de comercialização e idade média do lote, apresentando características de elevada complexidade de aroma e sabor, de corpo e de harmonia que o distinguem dos restantes vinho.

Velho ou Old - Obtido por lotação de vinhos de grau de maturação variável, conduzida através do envelhecimento mínimo de sete anos em cascos ou tonéis de pequeno volume, em que se procura a maturação de determinado estilo de comercialização e idade média do lote. São vinhos em que a cor apresenta evolução, devendo integrar-se nas subclasses de cor "alourado" ou "alourado claro".

Fino ou Fine - Vinho de grau de maturação variável, apresentando características de complexidade de aroma e sabor, de corpo e de harmonia que o distinguem dos restantes vinhos.

Tradicional - Vinho de qualidade superior proveniente de uma só colheita. Estagia em madeira durante um curto período de tempo, sendo obrigatoriamente engarrafado entre o 4º e o 6º ano após a colheita, devendo apresentar-se tinto e encorpado no início do estágio. É submetido a um estágio mínimo de três anos em garrafa antes de poder ser comercializado.

Extra - Vinho de muita elevada qualidade, em que se procura a manutenção de determinado estilo de comercialização, apresentando características de elevada complexidade de aroma e sabor e de corpo e de harmonia que o distinguem dos restantes vinhos.

Especial ou Special - Vinho de muito elevada qualidade, em que se busca a manutenção de determinado estilo de comercialização, apresentando características de elevada complexidade de aroma e sabor, de corpo e de harmonia que o distingue dos demais vinhos.

Superior - Vinho de muito elevada qualidade, em que se procura a manutenção de determinado estilo, apresentando características de elevada complexidade de aroma e sabor, de corpo e de harmonia que o distingue.

Seleccionado ou Selected - Vinho de elevada qualidade, obtido por lotação de vinhos de grau de maturação variável, conduzida através do envelhecimento em recipientes de grande volume ou em cascos ou tonéis de pequeno volume, em que se procura a conservação de determinado estilo e idade média do lote, apresentando características de complexidade de aroma e sabor, de corpo e de harmonia que o distingue.

Garrafeira - Vinho de boa qualidade proveniente de uma só colheita, devendo integrar-se na classe "tinto". Estagia em madeira durante períodos de tempo variáveis, nunca inferiores a sete anos, devendo seguidamente ser engarrafado, onde prossegue o seu envelhecimento.

Saber Apreciar o Vinho do Porto

Alguns Conselhos:

Como se pode ver, cada tipo de Vinho do Porto corresponde a características bem distintas. Assim, ao comprar uma garrafa, deve ler-se atentamente o rótulo e ter em consideração o momento em que vai ser consumido.

Os vinhos do Porto apresentam aromas diferentes, de acordo com o tipo e duração do envelhecimento.

Os Rubi não devem permanecer muito tempo em garrafa para não perderem a vivacidade que os caracteriza. Do mesmo modo, também não existem vantagens em guardar um Tawny sem indicação de idade ou colheita, já o Tawny com indicação de idade bem como os colheitas, podem perfeitamente ser guardados em garrafeiras durante algum tempo, deverão contudo, ser consumidos nos primeiros anos após o engarrafamento.

Os Vintages, em contrapartida, podem e devem envelhecer calmamente na garrafa, devido ao seu alto teor em tanino. De facto, alguns destes vinhos já atingem a sua plenitude passados 10 ou 20 anos após a data de colheita, outros há que necessitam de 30, 40 ou mais anos para poder atingir o seu ponto mais alto (são os das colheitas fora de série). Uma vez armazenados na CAVE que deve obedecer as seguintes condições:

1º Orientada ao Norte.

2º Dentro do possível espaçosa.

3º Arejada.

4º Seca.

5º Protegida da luz solar e das vibrações.

6º Temperatura constante, entre os 12 e os 14 graus.

7º As garrafas deverão ser conservadas deitadas, para que na devida altura serem apreciados.

DOC DOURO

Legislação Base

Decreto-lei N.º 254/98, de 11 de Agosto, e Decreto-Lei N.º 190/2001, de 25 de Junho (com as alterações introduzidas pela Declaração de Rectificação nº 13-S/2001, de 29 de Junho).

A área geográfica corresponde a mesma que já foi descrita para o VINHO DO PORTO.

Produto Rendimento máximo (hl/ha) Título Alcoométrico Volúmico Mínimo (% vol.) Estágio Mínimo Obrigatório (meses)
VQPRD Tinto 55 11 Adq. 15 Maio do ano seguinte à colheita (1)
VQPRD Branco 65 10,5 Adq. 15 de Novembro do Ano da colheita (1)
VQPRD Rosado 55 10,5 Adq. 15 de Novembro do Ano da colheita (1)
VEQPRD (espumante) 55 11 Adq. 9
VLQPRD "Moscatel do Douro" 65 16,5 Adq. (min.)
22 Adq. (máx.)
18

(1) Vinhos DOC Porto sem designação complementar

Castas Recomendadas

Tintas:Alicante Bouschet, Alvarelhão, Alvarelhão Ceitão, Aragonêz (Tinta Roriz), Aramon, Baga, Barca, Barreto, Bastardo, Bragão, Camarate, Carignan, Carrega Tinto, Casculho, Castelã, Castelão (Periquita), Cidadelhe, Concieira, Cornifesto, Corropio, Donzelinho Tinto, Engomada, Espadeiro, Gonçalo Pires, Grand Noir, Grangeal, Jaen, Lourela, Malandra, Malvasia Preta, Marufo, Melra, Mondet, Mourisco de Semente, Nevoeira, Patorra, Petit Bouschet, Pinot Noir, Português Azul, Preto Martinho, Ricoca, Roseira, Rufete, Santareno, São Saúl, Sevilhão, Sousão, Tinta Aguiar, Tinta Barroca, Tinta Carvalha, Tinta Fontes, Tinta Francisca, Tinta Lameira, Tinta Martins, Tinta Mesquita, Tinta Penajoia, Tinta Pereira, Tinta Pomar, Tinta Tabuaço, Tinto Cão, Tinto Sem Nome, Touriga Fêmea, Touriga Franca, Touriga Nacional, Trincadeira (Tinta Amarela), Valdosa, Varejoa.

Brancas: Alicante Branco, Alvarelhão Branco, Arinto (Pedernã), Avesso, Batoca, Bical, Branco Especial, Branco Guimarães, Caramela, Carrega Branco, Cercial, Chasselas, Côdega de Larinho, Diagalves, Dona Branca, Donzelinho Branco, Estreito Macio, Fernão Pires (Maria Gomes), Folgasão, Gouveio, Gouveio Estimado, Gouveio Real, Jampal, Malvasia Fina, Malvasia Parda, Malvasia Rei, Moscadet, Moscatel Galego Branco, Mourisco Branco, Pé Comprido, Pinheira Branca, Praça, Rabigato, Rabigato Franco, Rabigato Moreno, Rabo de Ovelha, Ratinho, Samarrinho, Sarigo, Semillon, Sercial (Esgana Cão), Síria (Roupeiro), Tália, Tamarez, Terrantez, Touriga Branca, Trigueira, Valente, Verdial Branco, Viosinho, Vital.

Prova Organoléptica

Não sendo fácil, fazer uma discrição sensorial dos vinhos desta região com tantos microclimas e solos aqui existentes e uma grande diversidade de "castas" vamos tentar dar um panorama o mais esclarecedor possível para tentar esclarecer um pouco os nossos leitores.

Cor

Os vinhos desta região, pelas condicionantes climáticas, apresentam cores carregadas não só os tintos como também muitos brancos.

No caso dos tintos e conforme a tecnologia de vinificação ou tipo de castas, ou ainda o local de origem das uvas, podem apresentar desde o rubi franco e relativamente aberto ao mais profundo cereja preta ou ao mais opaco dos retintos. No seu melhor, a cor de um grande vinho tinto anda muito perto da cor de um Porto Vintage, densa e profunda.

Os brancos, que apresentam normalmente uma acidez relativamente baixa, oferecem-nos cores que vão do amarelo claro ao dourado.

Aroma

Poder e delicadeza são dois vocábulos que traduzem fielmente o fascínio de quase todos os bons vinhos comum de mesa do Douro. Independentemente da multiplicidade de climas da região, o fruto presente nos vinhos tem sempre características intensas, maduros e quentes, contudo frescos e elegantes.

De um modo geral, os tintos apresentam aromas de frutos bem maduros do tipo ameixa, amora, ginja. Conforme a qualidade vai subindo, vão aparecendo as compotas de frutos, as bagas silvestres do tipo groselha e cássis, as especiarias do tipo pimenta, canela, noz-moscada e menta, os aromas vegetais do tipo esteva e aromas torrefactos naqueles vinhos que são estagiados em madeira. E ainda frutos maduros de árvore do tipo pêssego aos quais se juntam por vezes compotas e frutos tropicais. Nos vinhos fermentados em madeira sobressaem os aromas a frutos secos, conjugados harmoniosamente com fruta fresca (maçã, pêra, alperce, limão, melão) e os aromas empireumáticos.

Sabor

São regra geral vinhos encorpados, de grande pujança, mas de uma nobreza e finura raras que fazem a fama dos tintos do Douro. Com muita fruta no sabor, bem estruturado e com taninos firmes mas macios, convidam a que se bebam desde a idade jovem até uma idade que varia entre os 10 e os 20 anos (para os melhores exemplos).

Os brancos apresentam-se macios, com frutos igualmente muito presente e, no caso dos vinhos fermentados em madeira, com uma intensidade e vinosidade que nada devem aos melhores tintos.

DOC Lafões
DOC Bairrada

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