Noções sobre a vinha e o vinho em Portugal

de Ceferino Carrera

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Introdução


Felizmente, hoje em dia, está-se a fomentar o consumo moderado do Vinho e a apreciar cada vez mais as suas qualidades nutritivas; por isso, não é de admirar que recentemente (Outubro de 2002) a Espanha tenha classificado o Vinho como uma bebida alimentar apesar do seu teor alcoólico, ao contrário do que acontece em grande parte dos países que classificam o vinho principalmente como uma bebida alcoólica. O vinho faz parte da alimentação mediterrânea (quando degustada com moderação) tal como o azeite, legumes frescos e secos, o pão, o queijo, o presunto, o leite, o peixe fresco, frutas frescas e secas, etc.

Nos países de tradição vinícola como são quase todos situados na bacia mediterrânea (Portugal, Espanha, Itália, França, Grécia, Chipre, etc.), o vinho sempre fez parte da vida quotidiana dos seus habitantes.

No século I A.C., os Romanos assumiram a importância que antes pertencera aos Gregos e Etruscos. Os seus êxitos militares abriram caminho para a realização de numerosos empreendimentos comerciais e consolidaram duas das jóias da agricultura mediterrânea: O Vinho e o Azeite, ampliando as suas zonas de cultivo até à periferia do império – a que chamaram Mundo Civilizado e pouco a pouco foram penetrando no mundo dos bárbaros.

Na época do rei de Roma e durante a república, os Romanos não foram amantes do vinho. De hábitos sóbrios, quase espartanos, conheciam mal o vinho e só alguns o bebiam vindo da Grécia. Os poucos vinhos que se produziam eram na sua maioria rústicos, comparativamente aos refinados néctares que queriam rivalizar com a ambrosia que bebiam os Deuses do Olimpo. Nesta época, o sábio romano Catão ditou as normas para a selecção das variedades de cepas mais adequadas e acerca das propriedades que devia ter o terreno sobre o qual se poderia plantar a videira, fazendo também observações sobre o clima e a composição dos solos.

O Vinho na Pré-história

O primeiro gole de vinho que alguma vez atravessou a garganta humana não deixou traço na escuridão da Pré-história. Lamentavelmente para os cronistas, pois a história do vinho está inseparavelmente ligada à história do homem. Se pudéssemos saber o que e como bebiam os nossos ancestrais conheceríamos melhor as peripécias da evolução humana. A primeira bebida alcoólica foi, não resta dúvida, uma espécie de vinho e ninguém ignora que este poderoso catalisador modificou, mais de uma vez, o curso da história da humanidade.

Infelizmente, neste campo, temos de nos limitar a hipóteses mais ou menos arriscadas. A fermentação alcoólica é um fenómeno natural e espontâneo que os panteontologistas (pessoas que se ocupam do estudo dos animais e vegetais) remontam a cem milhões de anos atrás pelo menos, mais precisamente na Era Secundária, a idade de ouro dos Brontossáurios, Dinossáurios e outros répteis gigantes.

Muito antes da aparição do homem, a terra estava coberta de uma vegetação luxuriante; Havia particularmente uma espécie de liana que não era outra senão a antepassada das modernas Ampelidáceas, essa grande família da qual faz parte a Vitis Vinifera, a vinha que nos dá o vinho. Muitas das suas precursoras ainda sobrevivem e assim encontramos na Europa a Ampelopsis que devido à sua robustez se tentou utilizar, sem grande sucesso, como base de enxerto para as variedades de vinífera degeneradas ou doentes. O género Vitis compreende todas as vinhas domésticas, apareceu na Era Terciária, a idade dos primeiros mamíferos. Foi descoberto, perto de um burgo camponês, o fóssil de uma vinha com cinquenta milhões de anos, muito semelhante a certas variedades actuais do Sudoeste dos EUA. Esta Vitis sezamneusis era uma planta vigorosa, mas receia-se que não produzisse vinho a despeito das afirmações entusiásticas de certos camponeses.

Uma dúzia de milhões de anos antes do homem, apareceram numerosas variedades de Vitis: assim em França, a Vitis ausoniae, com uvas sumarentas, quase idênticas à nossa moderna Vinifera e cujo nome perpetuou a recordação do poeta latino Ausone, grande amante de vinho, depois a Vitis vinífera "Selvagem", chamada também "Lambrusca" cuja descendência permitiu aos primeiros colonos americanos elaborar o seu próprio vinho e que ainda se encontra no seu estado selvagem nas florestas semitropicais das duas Carolinas e do Mississipi.

A vinha existia já: faltava apenas o homem para pisar a uva

Quando se trata de determinar qual foi o primeiro homem digno deste nome, cada antropólogo pode ter a sua teoria pessoal, mas, a maior parte admite que há já mais de cem mil anos, as bebidas fermentadas à base de frutas ou de bagos eram já conhecidas do homem e pouco importa se se trata do Australopithecus ou do Tinjautropo africano ou do Sinanthropus chinês. Era fatal que o acaso pusesse o homem em presença da vinha, era suficiente a acção dos fermentos naturais para que as uvas escolhidas e amassadas pelos nossos ancestrais se transformassem em qualquer coisa semelhante ao vinho. Imaginai a cara de um zinjautropo com a ponte baixa e a sua pesada queixada ao aperceber-se que, as uvas que ele tinha guardado, prevendo a vinda de maus dias, se tinham fermentado!

A princípio, teria resultado um grande inconveniente, sem dúvida! Mas se o gosto o deixou perplexo, o efeito deixou-o aturdido e finalmente acabou por ficar fortemente satisfeito com a experiência.

Pouco a pouco, o homem familiarizou-se com o fenómeno e aprendeu a dominá-lo com mestria. Suficientemente civilizado e dispondo de tempo suficiente para decorar as suas moradas subterrâneas, o homem de Cro-Magnon (30 000 anos antes da nossa era) encontraria, de certeza também, tempo para estudar e tirar proveito do fenómeno misterioso da fermentação da uva.

Há aproximadamente 8000 anos, os habitantes das cidades lacustres (por cima de lagos), da época neolítica, faziam certamente vinho, é a conclusão a que se pode chegar da descoberta de montes de grainhas nos vestígios dos seus depósitos de lixo. Estes restos fossilizados ensinam-nos que o homem da Idade da Pedra variava os seus cardápios (ementas): pão, sopa, mariscos, peixe e toda a espécie de carnes. Nada nos impede de pensar que escolhia já os seus vinhos em função dos seus manjares. Certos antropólogos puseram mesmo a hipótese de ser mais a necessidade de fazer vinho do que cultivar algo com que se nutriam que deu origem às primeiras plantações da Idade da Pedra, pois os homens do Neolítico (segundo período da Idade da Pedra) viviam ainda essencialmente do produto das suas caçadas.

Instalação de uma Vinha

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