Noções sobre a vinha e o vinho em Portugal

de Ceferino Carrera


Instalação de uma Vinha


É imprescindível ao pensar-se numa plantação de vinha ter-se em vista o local mais apropriado a esta cultura: o solo mais adequado sem esquecer, o clima; o porta-enxerto o mais resistente à filoxera e mais conveniente ao local escolhido; os garfos mais adaptáveis ao porta enxerto e finalmente as mais apropriáveis à região ou zona e localização.

Plantação

Uma vez aprovado o terreno para a futura vinha torna-se essencial proceder aos trabalhos preliminares de plantação. Estes são de indispensável importância e têm cinco fins em vista:

  • - Aumentar as condições de desenvolvimento do sistema radicular (raiz);
  • - Amplificar a drenagem interna dos terrenos;
  • - Aumentar a capacidade de retenção de água no solo;
  • - Incorporar potássio (K) e fósforo (P) no solo;
  • - Atacar as infestações das vinhas e terrenos;

Comecemos pela surriba cuja execução depende em boa parte da constituição do terreno, que salvo para os solos arenosos, deve ser feita a um metro de profundidade e consiste numa combinação de diferentes horizontes por meio da cava ou de lavoura profunda, auxiliando o desenvolvimento do sistema radicular das cepas e concorrendo para um superior armazenamento de águas das chuvas e assim, logicamente, para um acréscimo das disponibilidades hídricas do terreno.

Muitas vezes, com esta mobilização, consegue-se em circunstâncias favoráveis nas propriedades físicas do terreno tal é o caso por exemplo dum solo cuja camada superficial arenosa assenta sobre formação argilosa. A surriba com a combinação das duas camadas, age como modificadora, dando aderência às areias e atenuando as camadas argilosas.

No momento da surriba é usual proceder-se à chamada fertilização de fundo utilizando o estrume, com a finalidade de se conseguir um meio benéfico ao desenvolvimento do sistema radicular das futuras cepas.

A surriba pode ser efectuada à enxada, com charruas de grande potência ou escavadoras próprias que atingem grande profundidade. Se o trabalho for manual deverá ter início nos meses de Verão; se for mecânico terá que antecipar-se para uma altura em que o solo não tendo excesso de humidade, mantenha ainda uma certa frescura adequada para a simplificação do trabalho. Esta conjuntura corresponde aos meses de Abril a Julho.

Executada a surriba, o terreno fica entorroado durante alguns meses e no início de Outubro/Novembro procede-se à terraplanagem a fim de se facilitarem os trabalhos de plantação e de se criarem condições favoráveis aos porta enxertos, destruindo os interstícios entre os torrões, borrifando-os. Seguidamente procede-se à marcação dos alinhamentos e à plantação.

As cepas devem ficar dispostas a distâncias constantes (compassos) quer na mesma linha, quer nas entrelinha.

As distancias (compassos) de cepa para cepa que as mesmas devem ser colocadas variam porém de vinha para vinha, estando dependentes quer da natureza do terreno quer do vigor da casta.

Para terrenos de elevado nível de fertilidade considera-se a necessidade de dar às cepas maior espaçamento nomeadamente as que forem, já de si, vigorosas, pois estas alcançarão aqui a sua maior pujança e ainda um maior desenvolvimento do sistema radicular. Se, pelo contrário, a plantação se encontra instalada em terreno de baixa produtividade ou as cepas são dotadas de pequeno ou médio vigor reduzir-se-ão esses compassos visto cada videira, pelo menor desenvolvimento que atinge, explorará um menor volume de terra.

Convém adoptar na generalidade os espaçamentos seguintes:

  • - Distância entre linhas = 2 metros a 2,10 metros;
  • - Distância entre cepas na mesma linha = 1 metro a 1,20 metro;

Ou seja, comportará por/ha uma média de 3 500 a 4 000 pés de vinha.

As linhas deverão ser conduzidas sempre que praticáveis na direcção Norte Sul o que permite às cepas o máximo de exposição ao Sol.

A época de plantação é variável consoante o clima, podendo fixar-se como regra o fim do Outono ou mesmo o princípio do Inverno.

Para regiões de clima ameno como as do Sul de Portugal poderá fazer-se, de preferência, a plantação no mês de Janeiro. Nas regiões interiores do país, de Inverno mais prolongado, a plantação pode e deve retardar-se até Março/Abril a fim de que os bacelos sofram menos com os frios intensos que naquelas zonas se fazem sentir.

A plantação pode ser feita à vala ou ao cavacho.

Plantação à vala: Consta em dar ao terreno a mobilização simplesmente em bandas longitudinais, por meio das quais, seguem as linhas de cepas, deixando intercaladas tiras mais ou menos largas de terra crua.

Esta forma de plantação é frequentemente empregada em algumas regiões do Sul de Portugal e simplesmente pode ser aconselhável para os terrenos soltos e permeáveis que permitam a fácil penetração das raízes e não deixem estagnar a água no subsolo.

A fundura e a largueza das valas a movimentar, depende da constituição do terreno devendo estas ser, tanto mais longas e profundas, quanto mais denso este se achar e menos permeável for o subsolo, não devendo nos terrenos a ela apropriados ter menos de 1 metro de profundidade e 60 centímetros de largura.

As valas devem ser orientadas segundo a inclinação do terreno quando este seja impermeável para não estancar a água.

Plantação ao covacho: A manobra executa-se abrindo à enxada no sítio previamente marcado a cova onde vai ficar o bacelo.

A profundidade da cova depende da natureza do terreno e do clima. Nas terras frescas e de clima húmido e nos terrenos argilosos e compactos, as covas atingem 30 a 35 cm de profundidade; nas terras mais secas, arenosas, permeáveis e de climas secos como na região do Algarve, Sul do Alentejo e Douro é necessário que as raízes fiquem, pelo menos, a 40 cm. De profundidade para que nos primeiros tempos não sofram muito, os efeitos da secura do Verão.

Fazendo uso desta técnica pode dispor-se convenientemente para cada bacelo o sistema radicular, aconchegando bem a terra e aumentando consequentemente as possibilidades de pegar.

Quando se utiliza a abertura de valas, a operação é facilitada e menos onerosa, mas os bacelos já não ficam dispostos com o mesmo cuidado sendo portanto diminuídas as probabilidades de êxito da plantação.

Porta-enxertos

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